Houve igrejas inteiras que sucumbiram diante de
superficialidade e do mundanismo, mas igualmente por se prenderem ferrenhamente
a tradições, as quais, consciente ou inconscientemente, eram mais valorizadas
do que a Palavra. Não havia disposição para mudanças ou redirecionamento
porque, afinal, “sempre fizemos assim”. Surge então o espanto quando as igrejas
não crescem mais, quando jovens não são mais atraídos e aqueles que se imagina
que estão firmes acabam desaparecendo. Não existe disposição de promover
renovação e mudanças urgentes que seriam espiritualmente adequadas; afinal,
temos orgulho em “pertencer ao grupo dos fiéis”. Essa era também a ideia dos
fariseus, mas eles não imaginavam o quanto estavam errados. Alguém afirmou
certa vez que costumes, hábitos e usos podem ser mais poderosos do que a
verdade. E a ideia que um Duque de Bedford tinha sobre tradições arraigadas
era: “Tradicionalismo é um velho distribuidor de sal do qual não sai sal
algum”. Precisamos tomar cuidado para que o nosso sal não se torne insípido nem
perca a força, e que sempre o tenhamos conosco (Mt 5.13; Cl 4.6). O centro de
tudo deve e precisa ser unicamente Jesus. Devemos colocá-lo sempre em evidência
e estar espiritualmente orientados para ele. Não se trata de viver hoje como se
vivia há cem anos e de celebrar os cultos exatamente da mesma maneira como
naquele tempo. Quando surgiu o rádio, muitos o consideraram como algo
diabólico. Outros tiraram proveito dessa nova possibilidade tecnológica e por
meio dela proclamaram o evangelho. Em alguns círculos cristãos, atualmente a
internet é considerada como o maior dos males. No entanto, também existe a
possibilidade de Deus nos questionar de por que determinadas possibilidades não
foram utilizadas para a causa de Deus, mas enterradas. Nosso lema deveria ser:
“Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua
mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e
perfeita vontade de Deus” (Rm 12.2). Não devemos trazer o mundo para os salões
das nossas igrejas, mas também não devemos nos agarrar teimosamente a velhos
costumes. Devemos, sim, procurar pela vontade de Deus por meio da renovação de
nossa mente e estar abertos ao agir dele. Para isso é necessário ter muita
sabedoria, oração, comunicação e tato sensível. Que o Senhor nos conceda isso,
pois trata-se da sua causa e não da nossa O próximo exemplo pode ilustrar a
respeito: nos EUA havia um fundador de igrejas que tinha uma paixão muito
grande por jovens em situações vulneráveis. Ele os procurava, se importava por
eles, os convidava, os trazia para ouvir a Palavra de Deus, e muitos se
converteram. Isso era um incômodo para alguns membros nas igrejas, porque de
início esses jovens não se portavam necessariamente como cristãos. Certa vez um
hippie chegou à reunião da igreja com seus cabelos longos e pés descalços, e, com
estes, sujou um tapete. Os membros da igreja se alteraram e pediram que o jovem
fosse retirado da igreja, mas o pastor respondeu: “Não, levaremos o tapete para
fora”. Esta foi a decisão correta e mostrou ter sido uma grande bênção, pois um
desses menosprezados hippies hoje é missionário e fundador de igrejas na
Alemanha...( Creditos by Chamada.com) Pr. Claudio Grabowsky. Área de Parobé
quinta-feira, outubro 31, 2019
terça-feira, outubro 22, 2019
JESUS, O CENTRO ENTRE OS EXTREMOS... 2ª Parte
Muitas igrejas locais ou associações inteiras de
igrejas foram criadas com muito amor e dedicação, com muito espírito de
sacrifício e oração. O Senhor era considerado o centro. Sua Palavra servia de
candelabro e o Espírito Santo operava em suas fileiras. Com o passar do tempo,
porém, as pessoas tornaram-se mais superficiais, a pregação tornou-se menos
profunda, a Palavra de Deus recebia menos espaço e a doutrina foi preenchida
com coisas diferentes. Coisas secundárias que deveriam apenas complementar os
cultos tornaram-se o assunto principal, e o assunto principal passou a ser
apenas algo secundário. Com a supressão da Palavra de Deus, o próprio Deus foi
suprimido. O mundo e o pecado foram crescentemente tolerados e muitas vezes
silenciosamente suportados ou até defendidos. Diante disso, o apóstolo Pedro
nos exorta: “Como filhos obedientes, não se deixem amoldar pelos maus desejos
de outrora, quando viviam na ignorância” (1Pe 1.14). Esse foi um dos lados do
cavalo. Podemos reconhecer o outro lado quando tratamos dos judeus que
retornaram do exílio babilônico. Comandados por Esdras, Neemias, Zorobabel,
Ageu etc., eles construíram o segundo templo. Este não poderia ser comparado ao
primeiro, mas os judeus afinal tinham um novo templo. Posteriormente ele foi
completamente reconstruído por Herodes, o Grande. Flávio Josefo relata que,
olhando de longe, o mármore branco reluzente do templo parecia ser como a neve
sobre uma montanha. E o templo em si, o ponto central sagrado da edificação,
estava revestido com placas de ouro, que, sob o brilho do sol, brilhavam de tal
maneira que era necessário proteger os olhos. Após o retorno à terra prometida,
parecia que os judeus estavam definitivamente curados de sua idolatria; no
entanto, agora surgia algo diferente no seu lugar, e que não era melhor: a
tradição. À época do primeiro templo eles foram atingidos pelo mundanismo, mas
agora foram as tradições que não os abandonavam. Os fariseus e escribas estavam
tão amarrados às suas tradições que não se dispuseram a abrir mão delas. Elas
eram mais fortes do que a Palavra de Deus, o que finalmente levou os judeus a
rejeitarem o Filho de Deus. Eles se blindaram totalmente às mudanças que o
Senhor Jesus pretendia trazer juntamente com o Novo Testamento (cf. Mt
15.1-3,6; Mc 7.8-9).O resultado final foi semelhante ao do primeiro templo: o
templo deles novamente se transformou em um “covil de ladrões”. “E [Jesus] lhes
disse: ‘Está escrito: “A minha casa será chamada casa de oração”; mas vocês
estão fazendo dela um “covil de ladrões” (Mt 21.13). O Senhor Jesus abandonou
o templo caminhando para o monte das Oliveiras, na mesma direção em que a
glória do Senhor havia saído ao abandonar o primeiro templo. O resultado foi
novamente que o templo pegou fogo e foi completamente destruído, inclusive no
mesmo dia que anteriormente o primeiro templo. Tanto o mundanismo como a
manutenção das tradições que colocamos acima da Bíblia contêm em si o mesmo
perigo. Ambos podem sufocar a Palavra de Deus e restringir o espaço que é
devido a ela. Pr. Cláudio Grabowski. Área de Parobé. RS Créditos by https://www.chamada.com.br/mensagens/
quinta-feira, outubro 17, 2019
Jesus, o centro entre os extremos. 1ª Parte
Ao montar um cavalo é possível cair para os dois
lados dele. Os israelitas se portavam de duas maneiras extremas tanto à época
do primeiro quanto do segundo templo, sendo um exemplo para os nossos dias. Durante sete anos Salomão
construiu o primeiro templo de Israel com muita sabedoria, iniciativa e
competência. A oração de Salomão por ocasião da inauguração do templo foi
fervorosa e sincera, e Deus aprovou o templo quando caiu fogo do céu sobre o
sacrifício do altar e quando a glória de Deus se manifestou (2Cr 7.1). Mais
tarde, porém, a dedicação de Salomão enfraqueceu, pois ele começou a honrar
outros deuses além do Deus de Israel e a erigir santuários para eles. Muitos
dos reis sucessores, e o próprio povo, seguiam de maneira cada vez mais extrema
o seu exemplo e ruína. O profeta Jeremias exortava o povo, conforme o teólogo
Karl-Heinz Vanheiden traduziu: “Não se acostumem com o estilo dos povos” (Jr
10.2). Mas foi justamente isso que os israelitas fizeram em seguida. No templo
apareceram maus sacerdotes e falsos profetas. O povo, liderado por mulheres,
começou a oferecer sacrifícios de holocausto e de libação à rainha do céu, com
os homens assistindo e tolerando tudo isso (Jr 44). Na casa do Senhor, no Santo
dos Santos, subitamente surgiram ídolos que os homens veneravam; as mulheres se
lamentavam diante de outros deuses, à entrada do templo, magoando o Deus de
Israel (Ez 8). No decorrer dos anos, os israelitas simplesmente desobedeceram
às exortações de não se amoldarem ao etilo de vida dos gentios. A casa de Deus
foi gradativamente aberta para assuntos mundanos e foi usada para fins
mundanos: “‘Este templo, que leva o meu nome, tornou-se para vocês um covil de
ladrões? Cuidado! Eu mesmo estou vendo isso’, declara o Senhor” (Jr 7.11). A
óbvia consequência trágica que se poderia esperar é que o Deus que eles não
mais consideravam como o centro abandonaria sua casa e a entregaria à
destruição (Ez 10–11). Assim, o belo e magnífico templo de Salomão foi consumido
pelas chamas e completamente destruído pelos babilônios. Os seus tesouros e
utensílios foram levados junto para a Babilônia. Essa história trágica também
pode ser aplicada à atual igreja de Jesus: “Vocês não sabem que são santuário
de Deus e que o Espírito de Deus habita em vocês? Se alguém destruir o
santuário de Deus, Deus o destruirá; pois o santuário de Deus, que são vocês, é
sagrado” (1Co 3.16-17). Pr. Cláudio Grabowski. Área der Parobé RS - Créditos https://www.chamada.com.br/mensagens
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