Muitas igrejas locais ou associações inteiras de
igrejas foram criadas com muito amor e dedicação, com muito espírito de
sacrifício e oração. O Senhor era considerado o centro. Sua Palavra servia de
candelabro e o Espírito Santo operava em suas fileiras. Com o passar do tempo,
porém, as pessoas tornaram-se mais superficiais, a pregação tornou-se menos
profunda, a Palavra de Deus recebia menos espaço e a doutrina foi preenchida
com coisas diferentes. Coisas secundárias que deveriam apenas complementar os
cultos tornaram-se o assunto principal, e o assunto principal passou a ser
apenas algo secundário. Com a supressão da Palavra de Deus, o próprio Deus foi
suprimido. O mundo e o pecado foram crescentemente tolerados e muitas vezes
silenciosamente suportados ou até defendidos. Diante disso, o apóstolo Pedro
nos exorta: “Como filhos obedientes, não se deixem amoldar pelos maus desejos
de outrora, quando viviam na ignorância” (1Pe 1.14). Esse foi um dos lados do
cavalo. Podemos reconhecer o outro lado quando tratamos dos judeus que
retornaram do exílio babilônico. Comandados por Esdras, Neemias, Zorobabel,
Ageu etc., eles construíram o segundo templo. Este não poderia ser comparado ao
primeiro, mas os judeus afinal tinham um novo templo. Posteriormente ele foi
completamente reconstruído por Herodes, o Grande. Flávio Josefo relata que,
olhando de longe, o mármore branco reluzente do templo parecia ser como a neve
sobre uma montanha. E o templo em si, o ponto central sagrado da edificação,
estava revestido com placas de ouro, que, sob o brilho do sol, brilhavam de tal
maneira que era necessário proteger os olhos. Após o retorno à terra prometida,
parecia que os judeus estavam definitivamente curados de sua idolatria; no
entanto, agora surgia algo diferente no seu lugar, e que não era melhor: a
tradição. À época do primeiro templo eles foram atingidos pelo mundanismo, mas
agora foram as tradições que não os abandonavam. Os fariseus e escribas estavam
tão amarrados às suas tradições que não se dispuseram a abrir mão delas. Elas
eram mais fortes do que a Palavra de Deus, o que finalmente levou os judeus a
rejeitarem o Filho de Deus. Eles se blindaram totalmente às mudanças que o
Senhor Jesus pretendia trazer juntamente com o Novo Testamento (cf. Mt
15.1-3,6; Mc 7.8-9).O resultado final foi semelhante ao do primeiro templo: o
templo deles novamente se transformou em um “covil de ladrões”. “E [Jesus] lhes
disse: ‘Está escrito: “A minha casa será chamada casa de oração”; mas vocês
estão fazendo dela um “covil de ladrões” (Mt 21.13). O Senhor Jesus abandonou
o templo caminhando para o monte das Oliveiras, na mesma direção em que a
glória do Senhor havia saído ao abandonar o primeiro templo. O resultado foi
novamente que o templo pegou fogo e foi completamente destruído, inclusive no
mesmo dia que anteriormente o primeiro templo. Tanto o mundanismo como a
manutenção das tradições que colocamos acima da Bíblia contêm em si o mesmo
perigo. Ambos podem sufocar a Palavra de Deus e restringir o espaço que é
devido a ela. Pr. Cláudio Grabowski. Área de Parobé. RS Créditos by https://www.chamada.com.br/mensagens/
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